Eu já fui uma pessoa completamente diferente
October 10, 2016

Já acreditei que era preciso esperar 3 dias para ligar de volta pro paquera, que as jaquetas da Planet Hollywood eram legais e que o meu primeiro amor platônico seria eterno.
Não entendia porque as mulheres passavam por um parto normal, quando a cesárea era bem mais rápida.
Julgava as mulheres que amamentavam em público e ainda mais, aquelas que optavam por amamentação prolongada.
Quando alguém me dizia que fazia cama compartilhada, eu olhava torto e dizia a frase mais batida da face da terra: "E a intimidade do casal?"
Quando uma criança se jogava no chão do mercado gritando eu olhava para a cena e tinha certeza absoluta que isso nunca aconteceria comigo.
A verdade é que eu sempre fui a melhor mãe da face da terra....
Até que eu virei mãe de verdade.
TUDO, absolutamente tudo o que eu acreditava caiu por terra. E não foi pela metade não, foi completo... Pacote completíssimo!!
Parto: lutei muito pelo meu Parto Normal com o mínimo de intervenções.
Amamentação: 2 anos e 2 meses e seguindo!!
Criança no chão do mercado: Sim!!!
Cama Compartilhada: Opaaa!! Também!!
Depois de viver tudo isso e mais um pouco, uma série de crenças foram sendo desconstruídas, reconstruídas, elaboradas e modificadas. Novas escolhas foram sendo feitas. E assim como eu fiz escolhas diferentes da maioria, muitas outras mulheres optaram por uma outra forma de parir e criar os filhos.
Venho acolhendo algumas dessas mulheres no consultório. Digo acolhendo, porque é relativamente grande o número de colegas que não o faz. Muitas relatam que questões como a amamentação prolongada e a cama compartilhada não são bem aceitas e que em alguns casos elas acabam omitindo quando o fazem, pois já se sentiram julgadas e até aconselhadas a fazer de outra forma, o mais breve possível.
É no mínimo inquietante pensar numa situação assim, em que a pessoa que procura escuta terapêutica precisa omitir fatos do profissional que a recebe. O mundo está mudando. Os pais estão redescobrindo outras formas de criar seus filhos, por isso é preciso que alguns profissionais derrubem barreiras de conceitos pré existentes.
É preciso olhar para cada um de maneira única e singular. Cada história é uma história. Cada experiência é uma. Não há certo e errado, há escolhas, respeito, empatia e somente à partir disso que é possível promover autoconhecimento e ressignificação de conteúdos internos.
Conversando com uma amiga muito querida sobre o assunto, ela citou uma frase de Jung, que eu acho que cabe muito bem aqui:
“Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana.” Carl G. Jung.
Acho que é isso... Vivendo, Crescendo, Mudando, Respeitando e Aprendendo.
Sou a Damiana, Mãe da Manuela e Psicóloga.



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